"Para o pensador, não se aprendem apenas idéias ou fatos mas também atitudes." (Anísio Teixeira)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A História da Matemática no Pará



Belém do Pará descobriu a Matemática na década de 50 dos anos 1600: no Curso de Filosofia do Colégio Pará, fundado nas dependências de Santo Alexandre, poucos anos depois da fundação da cidade (que aconteceu em 1616), a disciplina “Elementos de Geometria”, aparece ao lado de Latim, Retórica, Física, Teologia e Filosofia Racional – conforme conta o professor José Maria Bassalo. No século seguinte, com a laicização do ensino promovida pelo Marquês de Pombal (na década de 50 dos anos 1700), surge em Belém a Escola de Matemática, destinada a instruir a Artilharia Real e a Engenharia Militar, que, conforme conta Ernesto Cruz, ficava no largo do Palácio – o local, hoje, abriga o Instituto Histórico e Geográfico do Pará. Quase cem anos se passaram até que fossem fundados, em 1836 e 1841, a Escola Normal e o Lyceu Paraense – hoje Instituto de Educação do Pará e Colégio Estadual Paes de Carvalho – instituindo o ensino público de Matemática. Nesses cem anos, quem ensinava Matemática nas 33 escolas existentes em toda a Região Norte eram os lentes (assim se chamavam os professores) oriundos das Escolas Régias, pelo sistema de decuriato – o professor ensinava um grupo de 10 alunos que por seu turno ensinavam mais dez, cada um. Foram-se mais cem anos; na década de 30 dos anos 1900 criaram-se as primeiras Universidades brasileiras. E, na década de 60 desses anos surgia o Núcleo de Física e Matemática na ainda embrionária Universidade Federal do Pará.
A Comissão Organizadora do Colóquio aproveita o espaço para trazer à memória duas personalidades de grande destaque entre os matemáticos paraenses:

Constantino Menezes de Barros(◊ Óbidos, 1931; † Rio de Janeiro, 1983).
Bacharel em Matemática pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. Doutorado na Faculté des Sciences, Université de Paris em 1965. Foi chefe de pesquisas do CNPq e Titular I do Instituto de Matemática da UFRJ. Publicou 37 trabalhos originais de pesquisa em periódicos especializados na área de Geometria Diferencial.


Guilherme de la Penha (◊ Belém, 1942; † Belém, 1996)
Graduado em Engenharia Mecânica pela PUC, estudou Matemática no IMPA,  fez seu doutorado em Houston, nos Estados Unidos e pós-doutorado em Carneggie-Mellon, Pittsburg, EUA. Seu trabalho versa sobre a mecânica dos meios contínuos e História das Ciências. Foi diretor de Desenvolvimento Científico da FINEP e diretor do Museu Paraense “Emílio Goeldi”, além de professor visitante em várias Universidades do Brasil, da Europa e dos Estados Unidos.


Visitas relacionadas:
- Igreja de Santo Alexandre
- Praça D. Pedro II, onde se encontram os palácios Lauro Sodré e Antonio Lemos
- Instituto Histórico e Geográfico do Pará;
- Praça da República e Instituto de Educação do Pará, este em art-nouveau, centro de Belém
- Praça da Bandeira e Colégio Estadual Paes de Carvalho, em arquitetura neoclássica, bairro do Comércio